Pesquisas Arqueológicas no Interior do Estado da Bahia

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Arqueóloga Maria Beltrão Projeto central
Pinturas Arqueóloga Maria Beltrão Projeto central

O Projeto Central foi iniciado em 1982, no interior do Estado da Bahia, tendo recebido este nome em face à grande riqueza de sítios arqueológicos existentes em seu território, além de estar no centro das caatingas regionais. A área de estudo – denominada Região Arqueológica de Central – foi delimitada e registrada em 1983, englobando vários municípios em um total de 270 mil km2, hoje reduzida, a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN, a 100 mil km2.

Durante estes 31 anos de pesquisas, com praticamente 30 a 45 dias ao ano de trabalho de campo, em diversos municípios, registramos mais de 400 sítios arqueológicos e paleontológicos (abrigos, grutas, canyons, boqueirões, tanques, etc.), onde realizamos estudos de arqueologia Pré-Histórica e Histórica.

A maior concentração de sítios está na planície calcária, domínio Chapada Diamantina. Por esta razão, os trabalhos de levantamentos das pinturas rupestres e os de escavação foram inicialmente concentrados nesta área e posteriormente nos expandimos lentamente, para as serras quartzíticas, à leste e à oeste da referida planície, onde os sítios arqueológicos são riquíssimos em pinturas rupestres.

A Toca da Esperança é um dos sítios arqueológicos mais importantes já localizados na Região Arqueológica de Central. Integra o conjunto de três grutas, além de uma pequena cavidade. Os trabalhos de prospecção e escavação realizados na área da Toca permitiram identificar a estratigrafia composta por quatro camadas além da camada superficial, que tornou evidentes as alternâncias climáticas (períodos secos e úmidos) por que passou a região (Beltrão & Danon, 1987; Beltrão et al., 1987a; Beltrão et al., 1987b; Lumley et al., 1987b e 1988).

As camadas II e IV, datadas pelo método do U-Th (urânio-tório) com a utilização da espectrometria α (alfa) e espectrometria g (gama), alcançaram as idades respectivas de  270.000 e 300.000. A ocupação humana na Toca da Esperança foi datada pelo mesmo método absoluto do urânio–tório em, no mínimo, 300 mil anos. É conveniente salientar que, de certa forma, fomos limitados pelo método de datação utilizado porque o alcance do método é de apenas 300 mil anos. Essa faixa de antiguidade já é coerente com a presença do homem fóssil. Na base do sítio arqueológico, foi achado um chopper ferramenta utilizada para cortar e amassar alimentos considerada o instrumento mais antigo da humanidade -, fato que pode aumentar consideravelmente a antiguidade da ocupação humana na região.

 

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