Implantação do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí

Depressão-de-Itaboraí

O município de Itaboraí está localizado no recôncavo da Baía da Guanabara e conserva um valioso patrimônio arqueológico e paleontológico presente no Parque Paleontológico de São José de Itaboraí.

Arqueóloga Maria Beltrão no Parque Paleontológico de São José de Itaboraí
Parque Paleontológico de São José de Itaboraí

O parque foi criado em 1995 visando à proteção desse patrimônio de grande valor científico e cultural. Está localizado a 10km do centro da cidade de Itaboraí, tendo as mesmas proporções da bacia calcária.

A bacia de Itaboraí foi descoberta em 1928 pelo engenheiro Carlos Euler. Os pesquisadores que estiveram no local realizaram prospecções que revelaram uma grande quantidade de fósseis de gastrópodes (caramujos) continentais, o que despertou o interesse científico para a região. Por outro lado, os estudos preliminares de campo e as análises químicas evidenciaram boas perspectivas de exploração do calcário para a fabricação de cimento do tipo Portland.

Por mais de 50 anos (de 1933 a 1984), a Companhia Nacional de Cimento Portland Mauá (CNCPM) explorou a pedreira e, com o cimento produzido a partir deste calcário, foram construídos o estádio Mário Filho (Maracanã) e a ponte Presidente Costa e Silva (Rio – Niterói), entre outros grandes empreendimentos.

Assim, a exploração econômica da bacia foi responsável pela descoberta de abundante fauna de mamíferos e de gastrópodes terrestres, assim como de anfíbios, répteis, aves e alguns vegetais, que muito contribuíram para o melhor entendimento da evolução da biota “pós-dinossauros” no Brasil, assim como de vestígios de ocupação humana pré-histórica de alta antiguidade. A esta se acrescentam os testemunhos históricos referentes à ocupação indígena e colonial até o período atual. Ou seja, a localidade onde se situa o Parque Paleontológico de São José de Itaboraí, antiga área de mineração, mais do que guardar o registro dos últimos 60 milhões de anos do planeta Terra, explicita em sua paisagem remanescente traços culturais particulares que denunciam a riqueza da vivência cotidianamente das tradições de diferentes épocas.

 

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